terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"De segunda à sexta" ou "de segunda a sexta"?

Crase é geralmente a fusão da preposição a com o artigo a(s), portanto só se dá esse fenômeno caso haja a presença dos dois elementos.

Quando a frase tiver a correlação de... a..., nunca ocorrerá crase, pois só há a presença de preposição (de / a). É a forma como está empregada a preposição de que determina a presença ou não do sinal de crase no a.

Se houver apenas a preposição de, haverá apenas a preposição a, portanto não ocorrerá crase:

     Os filmes serão exibidos de segunda a sexta-feira, sempre às 14 horas.

     de = preposição
       a = preposição

     Espera-se que sejam abertas 4 mil vagas temporárias de setembro 
     a dezembro.

      de = preposição
       a = preposição

     Digitávamos diariamente de cinco a quinze páginas.

      de = preposição
       a = preposição

     Para ministro, investimento precisa crescer de 8% a 10% no 
     próximo ano.

      de = preposição
       a = preposição

     O evento terá de duas a três horas.

      de = preposição
       a = preposição

Quando a frase tiver a correlação da ... à... ou do .... à, ocorrerá crase. A união da preposição de com o artigo a ou o indica que o a deverá receber acento grave:

     O pagamento é distribuído da segunda à quinta parcela do consórcio.

      da = preposição de + artigo a  
       à = preposição a + artigo a
                          
     Haverá distribuição de medalhas daà 8ª posição.

     da = preposição de + artigo a  
       à = preposição a + artigo a

     Resolva os exercícios da página 28 à 30.

     da = preposição de + artigo a  
       à = preposição a + artigo a

     A feira cultural será do meio-dia à meia-noite deste sábado.

     do = preposição de + artigo o  
       à = preposição a + artigo a

     O evento será das 14 às 17 horas.

     das = preposição de + artigo as  
       à = preposição a + artigo as

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Emprego correto do verbo reaver

O verbo reaver, derivado do haver, é defectivo, ou seja, não tem conjugação completa. O verbo reaver só é flexionado nas pessoas, tempos e modos em que o verbo haver mantiver a letra v.

Na realidade, é preciso saber conjugar o verbo haver para empregar corretamente o reaver.

Indicativo

Presente

Pretérito Perfeito
eu hei
tu hás
ele há
nós havemos
vós haveis
eles hão
-
-
-
nós reavemos
vós reaveis
-
eu houve
tu houveste
ele houve
nós houvemos
vós houvestes
eles houveram
eu reouve
tu reouveste
ele reouve
nós reouvemos
vós reouvestes
eles reouveram


Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-que-perfeito
eu havia
tu havias
ele havia
nós havíamos

vós havíeis
eles haviam
eu reavia
tu reavias
ele reavia
nós reavíamos
vós reavíeis
eles reaviam
eu houvera
tu houveras
ele houvera
nós houvéramos
vós houvéreis
eles houveram
eu reouvera
tu reouveras
ele reouvera
nós reouvéramos
vós reouvéreis
eles reouveram


Futuro do Presente

Futuro do Pretérito
eu haverei
tu haverás
ele haverá
nós haveremos

vós havereis
eles haverão
eu reaverei
tu reaverás
ele reaverá
nós reaveremos
vós reavereis
eles reaverão
eu haveria
tu haverias
ele haveria
nós haveríamos
vós haveríeis
eles haveriam
eu reaveria
tu reaverias
ele reaveria
nós reaveríamos
vós reaveríeis
eles reaveriam


Subjuntivo

Presente

Pretérito Imperfeito
que eu haja
que tu hajas
que ele haja
que nós hajamos
que vós hajais
que eles hajam
-
-
-
-
-
-
se eu houvesse
se tu houvesses
se ele houvesse
se nós houvéssemos
se vós houvésseis
se eles houvessem
se eu reouvesse
se tu reouvesses
se ele reouvesse
se nós reouvéssemos
se vós reouvésseis
se eles reouvessem


Futuro

quando eu houver
quando tu houveres
quando ele houver
quando nós houvermos
quando vós houverdes
quando eles houverem
quando eu reouver
quando tu reouveres
quando ele reouver
quando nós reouvermos
quando vós reouverdes
quando eles reouverem


Imperativo

Afirmativo

Negativo
-
há tu
haja ele
hajamos nós
havei vós
hajam eles
--
--
--
--
não reavei vós
--
--
não hajas tu
não haja ele
não hajamos nós
não hajais vós
não hajam eles
--
--
--
--
--
--


Infinitivo

Pessoal

Impessoal
por haver eu
por haveres tu
por haver ele
por havermos nós

por haverdes vós

por haverem eles
por reaver eu
por reaveres tu
por reaver ele
por reavermos nós
por reaverdes vós
por reaverem eles
haver

reaver



Gerúndio                   Particípio

havendo                     havido

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Questão de prova - Cespe-UnB - 2012 - Agente de Proteção - Tribunal de Justiça - Roraima

1 Os magistrados não governam. O que eles fazem é
   evitar o desgoverno, quando para tanto são provocados. Não
   mandam propriamente na massa dos governados e
4 administrados, mas impedem os eventuais desmandos dos que
   têm esse originário poder.

14. A forma verbal “têm” em “têm esse originário poder” (l.5) está
      empregada no plural porque faz parte de uma cadeia coesiva cujos
      elementos se referem a “magistrados” (l.1).

Item ERRADO

O verbo ter em têm esse originário poder está no plural para concordar com dos que está antes do que.

No trecho, dos, que significa daqueles, é a união da preposição de com o pronome demonstrativo os (nesse caso, os é considerado pronome demonstrativo, e não artigo definido, pois substitui o pronome demonstrativo aqueles):

     mas impedem os eventuais desmandos daqueles que têm esse 
     originário poder.

Outros exemplos:

     A empresa é uma das que viraram alvo de ações do Ministério 
     Público do Trabalho.

     A empresa é uma daquelas que viraram alvo de ações do Ministério 
     Público do Trabalho.

     A equipe navegará pelo Rio Xingu para conhecer a realidade dos que 
     residem naquela área.

     A equipe navegará pelo Rio Xingu para conhecer a realidade daqueles 
     que residem naquela área.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Questão de prova – FCC - 2012 - Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – Banco do Brasil

4. Com as alterações propostas entre parênteses no final da frase para os segmentos grifados, o verbo que deverá permanecer corretamente no singular está em:

(A) Na prática, não é lei ... (determinações legais)
(B) ... e não há nenhuma obrigatoriedade. (propostas obrigatórias)
(C) Isso significa que as promessas ... (Esses fatos)
(D) ... conferência da ONU, ... que acontecerá em junho no país. (as reuniões)
(E) O Brasil possui 12% da água doce do planeta ... (As regiões brasileiras)

Opção correta: B

O verbo haver, com sentido de existir, acontecer ou quando indicar tempo, é impessoal, ou seja, não tem sujeito, portanto nunca será flexionado. Em qualquer frase, será sempre empregado na terceira pessoa do singular (há, havia, houve, houvera, haverá, haveria, haja, houvesse, houver).

O verbo haver é transitivo direto, portanto o termo nenhuma obrigatoriedade é seu objeto direto, que não tem relação nenhuma com o fato de o verbo estar no singular ou no plural.

Ao se substituírem os elementos indicados pelo examinador, o que ocorre é a troca de um objeto direto por outro.

... e não há nenhuma obrigatoriedade.

... e não há propostas obrigatórias.


Nas demais questões, o elemento substituído é sempre sujeito, portanto a concordância verbal muda de singular para plural.

(A) Na prática, não é lei ...
     
Na prática, não são determinações legais ...

(C) Isso significa que as promessas ...
      Esses fatos significam que as promessas ...


(D) ... conferência da ONU, ... que acontecerá em junho no país.
      ... as reuniões da ONU, ... que acontecerão em junho no país.


(E) O Brasil possui 12% da água doce do planeta ...
      As regiões brasileiras possuem 12% da água doce do planeta ...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Questão de prova - Vunesp - 2012 - Analista Administrativo - IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual - São Paulo

06. Assinale a frase correta quanto à concordância.

(A) Adentra as fronteiras do Brasil, a cada dia, centenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho.

(B) A população de haitianos não tem sido bem recebida por brasileiros, que a consideram ameaça a seus postos de trabalho.

(C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente para atender a todos.

(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu país, alegando que não haverão condições dignas de subsistência para eles no Brasil.

(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realizado por mão de obra haitiana.

Opção correta: B

A população de haitianos não tem sido bem recebida por brasileiros, que a consideram ameaça a seus postos de trabalho.

A população de haitianos é o sujeito do verbo ter, que concorda com o núcleo população, por isso fica no singular. O sujeito do verbo considerar é brasileiros, portanto o verbo fica no plural.

Correções:

(A) Adentra as fronteiras do Brasil, a cada dia, centenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho.

Essa frase está invertida. Se colocada em ordem direta, fica fácil perceber que o sujeito do verbo adentrar é centenas de haitianos, por isso o verbo deve ficar no plural.

Centenas de haitianos adentram as fronteiras do Brasil em busca de abrigo e trabalho a cada dia.

(C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente para atender a todos.

O erro está na concordância do adjetivo insuficiente, que deve ficar no plural por relacionar-se com as contribuições.

Roupas e alimento lhes são fornecidos por algumas ONGs, mas as contribuições ainda são insuficientes para atender a todos.

(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu país, alegando que não haverão condições dignas de subsistência para eles no Brasil.

Quando empregado com o sentido de existir, o verbo haver é impessoal, portanto não tem sujeito e deve permanecer sempre no singular.

Há quem defenda o retorno desses haitianos a seu país, alegando que não haverá condições dignas de subsistência para eles no Brasil.

(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realizado por mão de obra haitiana.

Todos os tempos compostos podem ser apassivados, apresentando três verbos: ter/haver, o verbo da passiva (ser, estar) e o verbo que define a ação, o qual permanece no particípio e deve concordar em número e gênero com o sujeito da frase.

O erro está na concordância do terceiro verbo (realizar), que está no particípio e deve ficar no plural por relacionar-se com serviços.

Em algumas cidades do norte do Brasil, serviços como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido realizados por mão de obra haitiana.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Questão de prova - Vunesp - 2011 - Escrevente Técnico Judiciário - Tribunal de Justiça Militar - São Paulo

O sêmen em busca de uma ética

     O moço israelense está morto. Todavia, ele ainda pode gerar uma vida. Seus pais estão de posse de seu sêmen e querem a autorização da justiça de Israel para terem um neto. A Ciência permite, mas a lei não endossa. A notícia esta na Folha de S. Paulo de 10.02.11.
(...)

Considere as informações textuais e as versões da frase: A Ciência permite, mas a lei não endossa.

I. A Ciência permite a inseminação, mas a lei não a endossa.

II. A Ciência permite que seja feita a inseminação, mas a lei não endossa-a.

III. A Ciência permite que se realize a inseminação, mas a lei não lhe endossa.

De acordo com a norma padrão, está correto apenas o contido em

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

Opção correta: A

De acordo com o enunciado, para serem construídas novas versões da frase dada, devem-se considerar as informações textuais e a norma padrão. O texto deixa claro que os pais querem fazer uma inseminação artificial, e essa informação foi inserida na primeira versão, que não apresenta erro gramatical.

Correção:

Na segunda versão, a primeira oração não apresenta problemas, porém, na segunda, o pronome oblíquo a que acompanha endossa deve permanecer antes da forma verbal, pois o advérbio não é um fator de próclise.

     A Ciência permite que seja feita a inseminação, mas a lei
     não a endossa.


Na terceira versão, como o verbo endossar é transitivo direto, seu objeto - a inseminação - deve ser substituído pelo pronome a, e não pelo lhe como sugere o examinador. Vale lembrar que os pronomes oblíquos o, os, a, as substituem apenas os objetos diretos e lhe, lhes, apenas os indiretos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Questão de prova - Vunesp - 2010 - Escrevente Técnico Judiciário - Tribunal de Justiça - São Paulo


11. Assinale a alternativa em que as duas frases apresentam sujeito composto, como em ... racionalidade e irracionalidade não são duas instâncias lado a lado,…

(A) Vargas e seus ministros não eram fãs de futebol./ Mas o governo Vargas reinventou o Brasil, dando-lhe identidade cultural.

(B) Mario Filho e Nelson Rodrigues foram os grandes cronistas do futebol./ Não se sentem à vontade para falar de futebol os comentaristas e os cronistas mais velhos.

(C) Dois historiadores estrangeiros não querem usar o futebol para pregar nacionalismo./ O mundo exalta os ídolos por unir beleza e eficácia.

(D) A fase de autoafirmação por meio do futebol já passou./ Geram ainda muita polêmica o futebol-arte e o futebol-força.

(E) Eram dois grandes escritores, mas não se davam bem./ Intelectuais estrangeiros dedicam-se a estudar o fenômeno do futebol no Brasil.

Opção correta: B

Mario Filho e Nelson Rodrigues foram os grandes cronistas do futebol. 
Não se sentem à vontade para falar de futebol os comentaristas e os cronistas mais velhos.

No primeiro período, o sujeito composto é formado pelos núcleos Mario Filho e Nelson Rodrigues. No segundo, como o período está invertido - o sujeito está depois da forma verbal - fica mais difícil identificar os núcleos os comentaristas e os cronistas mais velhos, que formam o sujeito composto.

Nas outras questões, os sujeitos estão grifados:

(A) Vargas e seus ministros (sujeito composto) não eram fãs de futebol./ Mas o governo Vargas (sujeito simples) reinventou o Brasil, dando-lhe identidade cultural.

(C) Dois historiadores estrangeiros (sujeito simples) não querem usar o futebol para pregar nacionalismo./ O mundo (sujeito simples) exalta os ídolos por unir beleza e eficácia.

(D) A fase de autoafirmação por meio do futebol (sujeito simples) já passou./ Geram ainda muita polêmica o futebol-arte e o futebol-força (sujeito composto).

(E) Eram dois grandes escritores (sujeito simples), mas não se davam bem./ Intelectuais estrangeiros (sujeito simples) dedicam-se a estudar o fenômeno do futebol no Brasil.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

“Vou lhe usar” ou “Vou usá-lo(a)”?


Os pronomes oblíquos átonos de 3ª pessoa o(s), a(s) e lhe(s) podem exercer a função sintática de objeto, porém não devem ser empregados indiscriminadamente.

Se for preciso substituir um objeto direto por pronome oblíquo átono de 3ª pessoa, empregam--se o(s) ou a(s).

     Vou usar o carro.

     Vou usá-lo.

Como o verbo usar é transitivo direto – usar alguém ou alguma coisa – apenas os pronomes oblíquos átonos o(s), a(s) podem acompanhá-lo.

Se for preciso substituir um objeto indireto por pronome oblíquo átono de 3ª pessoa, emprega--se lhe(s).

     Telefonou ao amigo no horário combinado.

     Telefonou-lhe no horário combinado.

‎Como o verbo telefonar é transitivo indireto – telefonar a/para alguém – apenas o pronome oblíquo átono lhe(s) pode acompanhá-lo.

Resumindo:
  • na substituição de objeto direto empregam-se o(s) ou a(s);
  • na substituição de objeto indireto emprega-se lhe(s).

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"Agora há pouco" e "daqui a pouco"

     O governador assinou agora há pouco a mensagem do anteprojeto 
     que será enviado à Assembleia Legislativa.

Quando se emprega agora há pouco, usa-se o verbo haver, pois há referência a um tempo já transcorrido.

     Real Madrid e Valência defrontam-se daqui a pouco, às 18 horas, 
     na primeira jornada da Liga Zon Sagres.

Quando se emprega daqui a pouco, usa-se a preposição a, pois há referência a um momento futuro.

Outros exemplos:

     Em greve há três meses, universidade federais do Rio preparam 
     calendário de reposição de aulas. (tempo transcorrido)

     Há tempos que a complexidade tributária é considerada barreira 
     para a vinda de investimentos estrangeiros. (tempo transcorrido)

     A três meses da convenção, o banco prepara-se para renovar 
     seus dirigentes. (tempo futuro)

     Estamos a 60 dias das eleições e já existem placas espalhadas 
     em excesso por toda a cidade. (tempo futuro)

Resumindo:

Para indicar passado empregue o verbo haver; para indicar futuro, preposição a.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"De encontro a" ou "de encontro com"?

     Além disso, ao contrário do que diz o MP, a PEC 37 vai de encontro 
     com os tratados internacionais assinados pelo Brasil.

A locução de encontro a, empregada para indicar oposição, choque, colisão, não pode ter a preposição a substituída por com ou por qualquer outra.

     Além disso, ao contrário do que diz o MP, a PEC 37 vai de encontro 
     aos tratados internacionais assinados pelo Brasil.

Invariavelmente, existe confusão em relação ao emprego das locuções ao encontro dede encontro a.

Ao encontro de indica concordância, aceitação, favorecimento.

     O aumento parece pequeno, apenas 13 casos, mas vai ao encontro 
     da realidade brasileira.

De encontro a indica oposição, choque, colisão.

     Este projeto vai de encontro às decisões consolidadas do Tribunal 
     Superior do Trabalho.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Hum, treis, deiz, cincoenta e seicentos

O pagamento de um cheque não está condicionado à norma culta. Portanto, pode-se escrever nele as formas erradas hum, tres, treis, trez, trêz, treiz, deiz, cincoenta, seicentos, seisentos.

O importante é grafar as formas corretas um, três, dez, cinquenta e seiscentos em quaisquer outros textos.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Há ponto depois de "etc."?

Etc. é a abreviatura da expressão latina et cetera, ou et cætera, que significa e outras coisas da mesma espécie, e o resto, e assim por diante, devendo ser, portanto, seguida de ponto.

O emprego da vírgula antes de etc. é opcional.  Saliente-se apenas que a maioria dos autores preferem usá-la.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Muito pouco" é errado?

     O porta-voz da Comissão frisou hoje que a Grécia acordou um segundo
     programa de resgate há muito pouco tempo.


Nada há de errado com a expressão muito pouco.

No trecho muito pouco tempo existe uma relação entre as palavras pouco e tempo e entre muito e pouco.

O adjetivo pouco foi empregado para indicar que o tempo não é suficiente.

Quando se quer intensificar um adjetivo, emprega-se um advérbio de intensidade: assaz, bastante, demais, mais, menos, muito, quanto, quão, quase, tanto, tão, pouco.

O advérbio de intesidade muito foi utilizado para aumentar a ideia que se tem quando se emprega o adjetivo pouco, ou seja, pretende expressar que é pouco demais.

A expressão muito pouco pode ser substituída pela forma sintética pouquíssimo, sem alterar o sentido original.

     O porta-voz da Comissão frisou hoje que a Grécia acordou um segundo
     programa de resgate há pouquíssimo tempo.


É preciso ter cuidado com essa expressão, pois o advérbio muito, como todos os outros, sempre ficará invariável. Apenas o adjetivo pouco concordará com o substantivo a que se referir.

     Pelas pesquisas, muito poucos eleitores já escolheram seu candidato à vereador.
 

     Terminaram a Rio+20 com muito verbo e muito pouca verba.

     Havia muito poucas candidatas ao cargo de vereadora.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"A livraria intermedia " ou "a livraria intermedeia"?

     A livraria intermedia a transação entre consumidores e fornecedores 
     de mercadorias.

O verbo intermediar é derivado de mediar, devendo, portanto, seguir sua conjugação:

eu medeio           intermedeio
tu medeias          intermedeia
ele medeia          intermedeia
nós mediamos    intermediamos
vós mediais        intermediais
eles medeiam     intermedeiam

Sendo assim, a forma correta é intermedeia:

     A livraria intermedeia a transação entre consumidores e fornecedores 
     de mercadorias.

Os verbos mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados fazem a flexão com a forma -eio, e não -io:

Mediar - que eu medeie, que tu medeies, que ele medeie...
Ansiar - anseio, anseias, anseia... que eu anseie, que tu anseies, que ele anseie...
Remediar - remedeio, remedeias, remedeia... que eu remedeie, que tu remedeies...
Incendiar - que eu incendeie, que tu incendeies, que ele incendeie...
Odiar - odeio, odeias, odeia... que eu odeie, que tu odeies, que ele odeie...

Para facilitar a memorização, essa é a chamada turma do MARIO.

Outros verbos terminados em -iar, como angustiar, anunciar, arriar, copiar, denunciar, maquiar, miar, negociar, noticiar, policiar, premiar, reverenciar, variar, têm a terminação em -io:

eu anuncio - ele anuncia - nós anunciamos - eles anunciam
eu copio - ele copia - nós copiamos - eles copiam
eu denuncio - ele denuncia - nós denunciamos - eles denunciam
eu maquio - ele maquia - nós maquiamos - eles maquiam
eu negocio - ele negocia - nós negociamos - eles negociam
eu vario - ele varia - nós variamos - eles variam

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vírgula antes de "e sim"

Como a expressão e sim introduz ideia contrária à exposta na oração anterior, deve ser antecedida de vírgula. O mesmo se dá com e não:

     Nosso negócio não é estimular a rivalidade, e sim tornar o 
     estádio lucrativo.

     Eles recebem manuais, pois este é um evento de negócios, e não 
     de visitação.

Nesses casos, não se deve isolar o sim com vírgulas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Pré-fixado ou prefixado?

Os adjetivos prefixado, predeterminado, preestabelecido e suas variações são escritos sem acento e sem hífen. As formas pré-fixado, pré-determinado e pré-estabelecido são erradas.

     Já que não existem regras prefixadas, a reitoria poderá punir 
     os alunos como quiser.

     O governo paga o prêmio ao comprador que adquira o produto 
     e transporte-o a uma região predeterminada.

     Apesar do aumento, a projeção de inflação do mercado financeiro 
     ainda está em linha com as metas preestabelecidas.

Da mesma forma, escrevem-se outras palavras das famílias:

     prefixar - prefixação
     predeterminar - predeterminação
     preestabelecer - preestabelecimento

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Pró-ativo ou proativo?

O adjetivo proativo escreve-se sem hífen e sem acento. A forma pró-ativo é errada.

De acordo com o novo sistema ortográfico, os prefixos pre- e pro- átonos (pronúncia fechada - prê/prô) unem-se à outra palavra sem hífen, como em preencher, preestabelecer, preaquecer, predeterminar, proatividade.

Contudo, é preciso lembrar que há as formas tônicas pré- e pró- (pronúncia aberta), que são acentuadas e requerem hífen antes de qualquer palavra a que se unem, como em pré-escola, pré-datar, pré-vestibular, pró-reitoria, pró-africano.

Como a dificuldade está em saber se a pronúncia dos prefixos é fechada ou aberta, o ideal é sempre consultar um dicionário.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Emprego da vírgula em orações adverbiais

Emprega-se vírgula quando as orações subordinadas adverbiais estiverem antepostas à principal.

     oração subordinada adverbial condicional
     Caso os produtos tenham algum tipo de irregularidade, a loja poderá 
     receber multa.

       oração subordinada adverbial causal
     Como a moda tem um poder de reinvenção constante, várias marcas 
     têm apostado em deixar as meias em evidência.

       oração subordinada adverbial temporal
     Após executar o programa, clique em avançar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bastante e bastantes

As duas formas existem e são corretas. Para não empregá-las de forma errada, basta substituir a palavra bastante por muito(a) ou por suficiente. Se, na substituição, ficar muito(a) ou suficiente no singular, empregue bastante também no singular.

     A presidente da Petrobras previu discussões "bastante quentes" com 
     o governo argentino.

     A presidente da Petrobras previu discussões "muito quentes" com o 
     governo argentino.

Se, na substituição, ficar muitos ou suficientes no plural, empregue bastantes também no plural.

     O presidente do partido afirmou que já existem bastantes evidências 
     para decidir sobre a saída do senador.

     O presidente do partido afirmou que já existem muitas evidências 
     para decidir sobre a saída do senador.

     O presidente do partido afirmou que já existem evidências 
     suficientes para decidir sobre a saída do senador.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Máster ou master?

De acordo com as regras de acentuação da Língua Portuguesa, todas as palavras paroxítonas terminadas em r devem ser acentuadas:

     acântor, âmbar, destróier, fêmur, mártir, máster, revólver, zíper

Para saber se uma palavra consta oficialmente do vocabulário da Língua Portuguesa, sua grafia ou sua classificação, consulte o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Todo" e "todo o"

Todo + substantivo expressa a ideia de cada, qualquer.

     O voto é obrigatório para todo brasileiro (cada brasileiro, qualquer 
     brasileiro) maior de 18 anos.

     Toda pessoa (cada pessoa, qualquer pessoa) que se dispuser a entrar 
     na disputa precisa ser muito bem orientada.

Todo + o + substantivo tem o sentido de completo, inteiro.

     População prisional de todo o Estado (do Estado inteiro) receberá 
     vacinas contra a gripe.

     Resultados nos últimos jogos mudaram toda a programação 
     (a programação inteira) do time.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Aluguer, alugueres

A palavra aluguer existe, porém não é mais empregada. Seu plural é formado com o acréscimo e es - alugueres -  assim como acontece com outras palavras da Língua Portuguesa terminadas em r:

     mulher - mulheres

     revólver - revólveres

     hambúrguer - hambúrgueres

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fim de semana tem hífen?

Segundo o acordo ortográfico, publicado em 30/09/2008, não se emprega hífen na locução fim de semana.

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Base XV

Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares

6º) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa) . Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:

a) Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;

b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;

c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;

d) Adverbiais: à parte (note-se o substantivo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos; note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;

e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;

f) Conjuncionais: a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Proceder - não obstante - em que pese

O verbo proceder, com o sentido de realizar, levar a efeito, fazer, efetuar é transitivo indireto:

     Proceder ao rigoroso controle dos contratos de prestação de serviços 
     médicos e de enfermagem.

Como verbo transitivo indireto, nunca vai para o plural nos casos em que é acompanhado do pronome se, formando oração com sujeito indeterminado:

     Proceda-se aos atos formais, para cumprimento da decisão ora 
     proferida.

A conjunção adversativa não obstante não é empregada no plural:

     Segundo comunicado da imprensa, não obstante os resultados
     alcançados, constitui ainda motivo de preocupação o elevado número 

     de mortes e  feridos por acidentes nas rodovias, fruto da condução 
     irresponsável de alguns motoristas.

Não há consenso para o emprego da expressão em que pese. Há os que aceitam a forma plural e há os que não. Sendo assim, sugiro sua substituição por elementos sinônimos.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Casar ou casar-se? Sentar ou sentar-se?

Os verbos casar e sentar podem ou não ser empregados de forma pronominal:

     Chico Anysio tem sete filhos e casou (casou-se) seis vezes.

     Desde que casamos (nos casamos), o Josué mudou muito 
     e para melhor!

     Nunca um prefeito sentou (se sentou) com a comunidade para 
     discutir os problemas da cidade.

     Parece que foi ontem que sentei (me sentei) àquela mesa para 
     a entrevista.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Irmãmente

A palavra irmãmente existe. Os advérbios terminados em -mente não constam dos dicionários, pois, por uma questão de economia, os dicionaristas não os incluem, haja vista a simplicidade do seu processo de formação:

     fácil > facilmente

     só > somente

     rápido > rapidamente

     irmã > irmãmente

Como o sufixo -mente é tônico, assume a sílaba tônica de qualquer advérbio que vier a formar, ou seja, todos os advérbios terminados em –mente são paroxítonos e não são acentuados. Isso não afeta o emprego do til, que é apenas um sinal gráfico, e não acento gráfico, que indica a nasalização da vogal.

sábado, 7 de janeiro de 2012

"Tons pastéis" ou "tons pastel"?

Adjetivo é a classe gramatical que se relaciona com o substantivo dando-lhe uma característica:

      porta entreaberta     poder divino              jogos olímpicos
      luz forte                      frutas maduras         dias difíceis

Como a cor de qualquer elemento é um adjetivo, obrigatoriamente se faz a concordância em gênero e em número:
                                                                                   
     teto amarelo              blusa vermelha           camisetas roxas
     sapatos pretos           carros verdes             banco marrom

Muitas vezes, contudo, a característica do substantivo é expressa por outro substantivo, e não por um adjetivo:

     sapato cinza (cinza é o nome que se dá para o produto da queima, 
                               portanto é substantivo, e não adjetivo)   
    
     produto pirata (pirata é o nome que se dá para o ladrão que cruza 
                                   os mares unicamente para roubar e pilhar, portanto 
                                   é substantivo, e não adjetivo)

Toda vez que um substantivo é empregado como adjetivo, não haverá variação nem de gênero, nem de número:

     sapatos cinza          produtos pirata           funcionários fantasma
     tons pastel              camisetas rosa            paredes salmão