segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Muito pouco" é errado?

     O porta-voz da Comissão frisou hoje que a Grécia acordou um segundo
     programa de resgate há muito pouco tempo.


Nada há de errado com a expressão muito pouco.

No trecho muito pouco tempo existe uma relação entre as palavras pouco e tempo e entre muito e pouco.

O adjetivo pouco foi empregado para indicar que o tempo não é suficiente.

Quando se quer intensificar um adjetivo, emprega-se um advérbio de intensidade: assaz, bastante, demais, mais, menos, muito, quanto, quão, quase, tanto, tão, pouco.

O advérbio de intesidade muito foi utilizado para aumentar a ideia que se tem quando se emprega o adjetivo pouco, ou seja, pretende expressar que é pouco demais.

A expressão muito pouco pode ser substituída pela forma sintética pouquíssimo, sem alterar o sentido original.

     O porta-voz da Comissão frisou hoje que a Grécia acordou um segundo
     programa de resgate há pouquíssimo tempo.


É preciso ter cuidado com essa expressão, pois o advérbio muito, como todos os outros, sempre ficará invariável. Apenas o adjetivo pouco concordará com o substantivo a que se referir.

     Pelas pesquisas, muito poucos eleitores já escolheram seu candidato à vereador.
 

     Terminaram a Rio+20 com muito verbo e muito pouca verba.

     Havia muito poucas candidatas ao cargo de vereadora.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"A livraria intermedia " ou "a livraria intermedeia"?

     A livraria intermedia a transação entre consumidores e fornecedores 
     de mercadorias.

O verbo intermediar é derivado de mediar, devendo, portanto, seguir sua conjugação:

eu medeio           intermedeio
tu medeias          intermedeia
ele medeia          intermedeia
nós mediamos    intermediamos
vós mediais        intermediais
eles medeiam     intermedeiam

Sendo assim, a forma correta é intermedeia:

     A livraria intermedeia a transação entre consumidores e fornecedores 
     de mercadorias.

Os verbos mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados fazem a flexão com a forma -eio, e não -io:

Mediar - que eu medeie, que tu medeies, que ele medeie...
Ansiar - anseio, anseias, anseia... que eu anseie, que tu anseies, que ele anseie...
Remediar - remedeio, remedeias, remedeia... que eu remedeie, que tu remedeies...
Incendiar - que eu incendeie, que tu incendeies, que ele incendeie...
Odiar - odeio, odeias, odeia... que eu odeie, que tu odeies, que ele odeie...

Para facilitar a memorização, essa é a chamada turma do MARIO.

Outros verbos terminados em -iar, como angustiar, anunciar, arriar, copiar, denunciar, maquiar, miar, negociar, noticiar, policiar, premiar, reverenciar, variar, têm a terminação em -io:

eu anuncio - ele anuncia - nós anunciamos - eles anunciam
eu copio - ele copia - nós copiamos - eles copiam
eu denuncio - ele denuncia - nós denunciamos - eles denunciam
eu maquio - ele maquia - nós maquiamos - eles maquiam
eu negocio - ele negocia - nós negociamos - eles negociam
eu vario - ele varia - nós variamos - eles variam

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vírgula antes de "e sim"

Como a expressão e sim introduz ideia contrária à exposta na oração anterior, deve ser antecedida de vírgula. O mesmo se dá com e não:

     Nosso negócio não é estimular a rivalidade, e sim tornar o 
     estádio lucrativo.

     Eles recebem manuais, pois este é um evento de negócios, e não 
     de visitação.

Nesses casos, não se deve isolar o sim com vírgulas.