quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Etc." no fim do período

     Com as festas de fim de ano se aproximando, é hora de comprar 
     presentes para a família, namorado, amigo secreto etc..

Etc. é a abreviatura da locução conjuntiva latina et cætera ou et cetera, por isso é seguida de ponto. Significa e outras coisas, e as coisas restantes, e o resto.

Caso a abreviatura seja a última palavra do período, seu ponto terá a função do ponto final. Não existe período terminado com dois pontos (..).

É errado o emprego de etc. sem o ponto, independentemente do que possa vir na sequência.

As reticências exercem a mesma função da abreviatura etc., portanto torna-se redundante o uso simultâneo das duas.

O emprego da vírgula antes de etc. é facultativo.

     Com as festas de fim de ano se aproximando, é hora de comprar 
     presentes para a família, namorado, amigo secreto etc.

     Cerca de 60 itens entre boné, chaveiro, copo, relógio, etc. estarão 
     nas lojas. 

     Mas talvez o mais importante é que, a este preço, muitas fontes de 
     energias menos poluidoras (solar, eólica, etc.) ficam mais caras.

     Perceberam como a atriz está quietinha, sossegada, boazinha, sem 
     sair para baladas, sem ir a festas ou eventos, sem aparecer com novo 
     namoradinho, etc.?

     O Parlamento deverá servir para que o cidadão possa registrar suas 
     queixas, cobrar posições sobre determinados temas, etc., mas também 
     criar uma identidade política para a região.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Concordância com "é bom", "é proibido", "é necessário"

     É necessário cooperação, é necessário a diplomacia, o bom 
     relacionamento com o seu vizinho...

Construções com o verbo ser acompanhado de adjetivo, como é bom, seria bom, foi bom, é necessário, se fosse necessário, talvez seja necessário, é proibido, quando for proibido e outras do tipo, só se flexionam se o substantivo a que se referem estiver determinado.

Portanto, a construção inicial está correta: como o substantivo cooperação não está determinado por artigo, não há concordância - é necessário cooperação.

A construção seguinte está errada, pois o substantivo diplomacia está determinado pelo artigo a. Por esse motivo, a concordância do adjetivo necessário com o substantivo diplomacia é obrigatória - é necessária a diplomacia.

Observação: o período acima não está bem escrito, pois não deveria haver repetição do termo é necessário. Contudo, se o autor do texto quer dar ênfase à informação, o ideal é manter o mesmo tipo de construção, ou seja:

     É necessário cooperação, é necessário diplomacia, o bom 
     relacionamento...

ou

     É necessária a cooperação, é necessária a diplomacia, o bom 
     relacionamento...

Outros exemplos:

     É proibido entrada de animais.

     É proibida a entrada de animais.

     Está proibido construções na área demarcada.

     Estão proibidas as construções na área demarcada.

     Talvez seja desnecessário manobras de locomotivas e vagões.

     Talvez sejam desnecessárias as manobras de locomotivas e 
     vagões.

     Cerveja é bom bem gelada.

     Toda cerveja é boa bem gelada.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Um terço de inscritos no Enem acessou (ou acessaram?) o cartão de confirmação.

Quando o sujeito é representado por coletivo partitivo, a ação do verbo pode ser atribuída separadamente aos indivíduos que o coletivo representa, podendo o verbo ir para o singular, para concordar com o coletivo, ou ser flexionado no plural, concordando com a totalidade dos indivíduos.

     Um terço de inscritos no Enem acessou o cartão de confirmação.

     Um terço de inscritos no Enem acessaram o cartão de confirmação.

     A maior parte dos R$ 30 milhões desviados ficou com o grupo que 
     detém o contrato com uma empresa gaúcha.

     A maior parte dos R$ 30 milhões desviados ficaram com o grupo 
     que detém o contrato com uma empresa gaúcha.

Em orações desse tipo, é preciso ter cuidado também com a concordância nominal:

     Um grupo de 15 pessoas ficou ferido depois que o motorista de um 
     veículo em alta velocidade subiu na calçada e atingiu as vítimas. 

     Um grupo de 15 pessoas ficaram feridas depois que o motorista de 
     um veículo em alta velocidade subiu na calçada e atingiu as vítimas. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Existe a palavra "gravidezes"?

     Há muitos casos de gravidezes precoces.

Todas as palavras terminadas em Z têm plural: avestruzes, capazes, capuzes, cruzes, felizes, fugazes, gazes, gizes, gravidezes, narizes, raízes, rapazes, vezes, xadrezes.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Regra de acentuação dos ditongos abertos “éu”, “éi” e “ói”

A regra de acentuação dos ditongos abertos éu, éi e ói sofreu alterações. As mudanças são apenas na grafia; não houve modificação na pronúncia das palavras. Quando o som é fechado, esses ditongos não são acentuados.

Como era?

Todas as palavras que apresentavam um desses ditongos abertos na sílaba tônica (sílaba forte) eram acentuadas:

ÉU - véu(s), céu(s), réu(s), chapéu(s), troféu(s), fogaréu(s)

ÉI - papéis, pastéis, anéis, européia(s), idéia(s), assembléia(s), boléia(s)

ÓI - rói, dói, mói, herói(s), heróico(s), paranóia(s), tramóia(s), debilóide(s), humanóide(s),
        eu apóio  


Como ficou?

Perdem o acento agudo somente as palavras que apresentam um dos ditongos abertos na sílaba tônica e são paroxítonas:

EI - ideia, epopeia, assembleia, europeia(s), ideia(s), assembleia(s), boleia(s)

OI jiboia, boia, eu apoio, ele apoia, esferoide, heroico, humanoide

O que não mudou?

O acento agudo permanece nos monossílabos tônicos:

ÉU - céu(s), réu(s)

ÉI - réis, méis (plural de mel)

ÓI - dói, mói(s), rói(s)

O acento agudo permanece nas palavras que apresentam um dos ditongos abertos na sílaba tônica e são oxítonas:

ÉU - troféu(s), chapéu(s)

ÉI - anéis, papéis, pastéis

ÓI - herói(s), constrói(s)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Questão de prova - Cespe/UnB - 2012 - Agente da Polícia Federal - Ministério da Justiça

(...) Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas
renúncias. (...)

11.  Na linha 24, considerando-se a dupla regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas renúncias”.

Item ERRADO

O verbo impor tem realmente dupla regência: impor alguma coisa (objeto direto) a alguém (objeto indireto). O acento indicativo da crase não é empregado em razão da dupla regência do verbo, mas apenas quando o objeto indireto (que carrega obrigatoriamente a preposição a) for representado por um elemento feminino que aceite o artigo a. Juntando-se a preposição a obrigatória com o artigo a que acompanha o elemento feminino, tem-se a crase.

     A pesquisa tomou como referência a situação prévia à ofensiva e o 
     longo bloqueio imposto à Faixa de Gaza.

     As fogueiras da Inquisição podem não mais existir, mas não faltam 
     testemunhos sobre o perverso enquadramento social imposto 
     às pessoas.

O termo as mesmas renúncias é classificado como objeto direto, pois representa a coisa imposta e não a pessoa a quem se impõe algo, por isso não ocorre crase.

Existem apenas três situações em que o sinal de crase é facultativo:

• Diante de pronomes possessivos femininos

     Encantado com tudo a sua volta, o armador rubro-negro não 
     escondeu que sonhava com esse momento.

     Encantado com tudo à sua volta, o armador rubro-negro não 
     escondeu que sonhava com esse momento.

• Diante de nomes próprios femininos

     O fomento à demanda na Alemanha passa pelo aumento dos salários, 
     mas isso não diz respeito nem a Angela Merkel nem ao gasto público.

     O fomento à demanda na Alemanha passa pelo aumento dos salários, 
     mas isso não diz respeito nem à Angela Merkel nem ao gasto público.

• Na locução até a

     Um milhão de refugiados podem marchar até a capital do Paquistão.

     Um milhão de refugiados podem marchar até à capital do Paquistão. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Julgá-la ou julga-la?

Formas verbais acompanhadas de pronome oblíquo átono podem ou não ser acentuadas. Para avaliar se a forma verbal recebe ou não acento, desconsidera-se o pronome (la).

Levando-se em consideração apenas a forma verbal julga, que deve ser pronunciada como se ainda estivesse acompanhada do pronome la, procede-se normalmente à análise da palavra:

- sílaba tônica: ga

- posição da sílaba tônica: última sílaba, portanto a palavra é oxítona.

Acentuam-se apenas as formas verbais oxítonas terminadas em a, e, o, acompanhadas das variantes dos pronomes oblíquos átonos lo, la, los, las, no, na, nos, nas. Portanto o correto é julgá-la.

     Se ela está bem assim, quem somos nós para julgá-la?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Questão de prova - Vunesp - 2013 - Escrevente Técnico Judiciário - Tribunal de Justiça - SP

10. Assinale a alternativa em que a oração destacada expressa finalidade, em relação à outra que compõe o período.

(A) Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20...
(B) Pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante...
(C) Você é que foi ao restaurante para homenageá-lo.
(D) ... nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito – ...
(E) O garçom boceja, tira um fiapo do ombro...

Opção correta: C

(A) Se deixou de bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do 20...

Oração subordinada adverbial condicional, iniciada pela conjunção condicional se.

(B) Pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante...

Oração subordinada adverbial temporal, iniciada pela conjunção temporal antes de.

(C) Você é que foi ao restaurante para homenageá-lo.

Oração subordinada adverbial final, iniciada pela conjunção final para. É bom lembrar que, nessa oração,  para tem sentido de a fim de, por isso é classificado como conjunção final, e não como preposição.

(D) ... nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito – ...

Oração adjetiva restritiva, iniciada pelo pronome relativo que. Esse tipo de oração não pode ser eliminada sem prejuízo do sentido da anterior e não tem vírgula antes do pronome relativo.

(E) O garçom boceja, tira um fiapo do ombro...

Oração coordenada adversativa, pois tem sentido completo e se separa da anterior por meio de vírgula, e não por conjunção.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Questão de prova - Cetro Concursos - 2014 - Instrutor - Português/Inglês - SENAI/DF

4. No texto, o uso apenas da preposição “de” em “a tese de ‘bandido bom é bandido morto’” é insuficiente para o estabelecimento de uma conexão gramaticalmente correta entre os termos. Para corrigir esse problema, “de” pode ser substituído por qualquer um dos conectivos abaixo, exceto por

(A) de que.
(B) segundo a qual.
(C) de acordo com a qual.
(D) onde.
(E) conforme a qual.

Opção correta: D

De acordo com os gramáticos, considera-se inadequado o emprego do pronome e advérbio onde quando usado em referência a antecedentes que não expressam ideia de lugar físico.

O texto pretende unir o termo bandido bom é bandido morto ao substantivo tese, que não exprime noção de lugar físico. Sendo assim, onde é a única opção que não pode substituir a preposição de.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Verbo com dupla transitividade não pode ter dois objetos iguais

     Fez questão de abordar o governador para agradecer-lhe pela
     escritura.


O verbo agradecer é transitivo direto e indireto: agradecer alguma coisa (=objeto direto, sem preposição) a alguém (objeto indireto, com preposição).

A frase acima está errada, pois possui dois objetos indiretos:

agradecer-lhe - é o mesmo que agradecer a ele; o pronome lhe é sempre
                            substituto de objeto indireto;

pela escritura –  o emprego da preposição pela, no início do termo, forma
                              outro objeto indireto, portanto deve ser eliminada.

Para corrigir a frase, basta retirar a preposição pela e manter apenas o artigo a:

     Fez questão de abordar o governador para agradecer-lhe (a alguém)
     a escritura
(alguma coisa).

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Oração com o verbo "haver"

O verbo haver é tido como impessoal, formando uma oração sem sujeito, sempre que for empregado com o sentido de existir, acontecer ou indicar tempo transcorrido. É sempre mantido na terceira pessoa do singular e classificado como verbo transitivo direto, sendo acompanhado, obviamente, de objeto direto.

Na frase "Há uma obra falsa no museu de arte moderna.", tem-se a seguinte classificação:

Sujeito: oração sem sujeito, pois o verbo haver foi empregado com o sentido de existir

VTD: haver

OD: uma obra falsa

Adjunto adverbial de lugar: no museu de arte moderna

Mesmo que a frase seja invertida, "No museu de arte moderna há uma obra falsa.", a classificação dos termos continua a mesma.

No tocante à passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, é necessário haver sujeito agente e verbo transitivo direto ou direto e indireto.

O sujeito da voz ativa será transformado em agente da voz passiva; o objeto direto da voz ativa será transformado em sujeito da voz passiva. É por esse motivo que a oração precisa ter sujeito.

Na passagem da voz ativa para a passiva, sempre será acrescido um verbo auxiliar (ser ou estar).

O auxiliar da voz passiva assumirá o tempo e o modo do verbo da voz ativa, e o verbo principal ficará sempre no particípio.

Voz ativa:

     O governo federal doou um caminhão à associação de moradores.

Sujeito agente (pratica a ação): o governo federal

VTDI: doar

OD: um caminhão

OI: à associação de moradores

Voz passiva:

     Um caminhão foi doado à associação de moradores pelo governo
     federal.


Sujeito paciente (recebe a ação): um caminhão

Locução verbal da voz passiva: foi doado

OI: à associação de moradores

Agente da passiva: pelo governo federal

Passar uma oração da voz ativa para a passiva significa contar a mesma história de outra maneira, ou seja, independentemente da disposição das palavras na frase, é preciso manter a mesma informação.  Se a transposição mudar o sentido, não deverá ser feita.

Nas duas vozes, sempre haverá um elemento agente e um paciente. O elemento que pratica a ação (o governo federal) não deixa de praticá-la, seja na voz ativa, seja na passiva. O elemento que recebe a ação (um caminhão) não deixa de recebê-la, seja na voz ativa, seja na passiva.

Sendo assim, pode-se concluir que:

• todo sujeito da voz ativa torna-se agente da voz passiva;
• todo objeto direto da voz ativa torna-se sujeito paciente da voz passiva;
• é gramaticalmente impossível transpor da voz ativa para a passiva uma
   oração construída com o verbo haver com o sentido de existir, acontecer    ou indicar tempo transcorrido, pois a oração não tem sujeito.

Por isso, a frase "Há uma obra falsa no museu de arte moderna." não pode ser passada para a voz passiva.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fôrma ou forma?

De acordo com a última mudança ortográfica, passa a ser facultativa a acentuação da palavra fôrma para se diferenciar de forma. A recomendação é que o emprego do acento ocorra somente quando houver ambiguidade.

     Ele precisaria voltar para a fôrma e começar tudo de novo para achar 
     uma forma de se adequar.

Após a reforma, existem apenas dois casos em que os acentos são empregados obrigatoriamente para diferenciar palavras de mesma grafia:

Ø Verbo pôr e preposição por:

     É preciso não pôr em risco os enormes sacrifícios que o povo fez nos 
     últimos anos.

     A empresa que realizava esse serviço teve o contrato cancelado por 
     determinação do Tribunal de Contas do Estado.

Ø Formas verbais do verbo poder:  pôde – 3ª pessoa do singular do
    pretérito perfeito do indicativo e pode – 3ª pessoa do singular do
    presente do indicativo:

     Foi graças a documentos de ligações e transações bancárias que 
     a polícia pôde chegar ao foragido.

     Quem tiver dúvidas pode procurar o núcleo regional de educação 
     mais próximo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Premia ou premeia? Maquia ou maqueia?

Os verbos terminados em iar são regulares, portanto não se emprega o ditongo ei:

Presente do Indicativo                  Presente do Subjuntivo

eu       maquio     / premio                     que eu   maquie     /  premie
tu        maquias    / premias                   que tu   maquies    /  premies
ele       maquia     / premia                     que ele  maquie     /  premie
nós      maquiamos  / premiamos          que nós  maquiemos  /  premiemos
vós      maquiais   / premiais                  que vós  maquieis   /  premieis
eles     maquiam    / premiam                que eles maquiem    /  premiem

Os verbos da turma do MARIO e seus derivados, apesar de terminarem em iar, são irregulares e têm na sua terminação o ditongo ei:

Mediar       medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam
                    medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem
Ansiar        anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam
                    anseie, anseies, anseie, ansiemos, ansieis, anseiem
Remediar   remedeio, remedeias, remedeia, remediamos, remediais, remedeiam
                    remedeie, remedeies, remedeie, remediemos, remedieis, remedeiem
Incendiar   incendeio, incendeias, incendeia, incendiamos, incendiais, incendeiam
                    incendeie, incendeies, incendeie, incendiemos, incendieis, incendeiem
Odiar         odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
                    odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem

Portanto o correto é empregar premia, maquia, varia, copia, arria, anuncia, etc. Apenas com os verbos da turma do MARIO o final não é ia, mas sim eia.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Isso ou isto?

Quando houver referência a algum elemento anteriormente citado, empregam-se os pronomes esse, essa, isso. Esse é o motivo pelo qual se usa a expressão por isso e não por isto.

     O atleta assegurou que estará preparado para o jogo psicológico 
     do adversário, já que isso não é novidade em sua carreira.

     Os custos das distribuidoras terão de ser repassados para 
     os consumidores, por isso, em 2015, está previsto um aumento 
     da tarifa de energia elétrica de 20% a 25%

Quando houver referência a algum elemento que ainda será citado, empregam-se os pronomes este, esta, isto.

     Antes do jogo ele só nos disse isto: "Deem o melhor de si".

quinta-feira, 17 de julho de 2014

"Faz 4 anos" ou "fazem 4 anos"?

     Porém, já se fazem 4 anos do lançamento da música e nada aconteceu.

O verbo fazer, quando indica tempo transcorrido, é classificado como verbo impessoal, ou seja, por não ter sujeito, só é empregado na terceira pessoa do singular (faz, fez, fazia, fará, faria, fizera, faça, fizesse, fizer) . É bom ressaltar que, nesse caso, também não se deve empregá-lo como verbo pronominal (fazer-se).

     Porém, já faz 4 anos do lançamento da música e nada aconteceu.

O verbo passar pode ser empregado nesse período de forma pronominal e fazer concordância com o sujeito (4 anos), por não se enquadrar em nenhuma regra especial.

     Porém, já se passaram 4 anos do lançamento da música e nada 
     aconteceu.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Pegado ou pego?

Normalmente, os verbos do nosso idioma têm o particípio terminado em –ado ou –ido: comprado, emprestado, vendido, trazido.

Alguns têm particípio duplo: o regular, terminado em –ado ou –ido, e o irregular, como acendido e aceso, benzido e bento, pagado e pago, ganhado e ganho. Poucos têm apenas a forma irregular, como feito, escrito e aberto.

O particípio do verbo pegar é pegado. A forma pego é um neologismo não aceito pelos puristas, apesar de amplamente empregado. Portanto, para acertar sempre, embora soe de forma estranha, o ideal é empregar pegado.

     Eles foram pegados em flagrante.

     Os dois adolescentes haviam pegado um ônibus intermunicipal em 
     direção à capital.

Em tempo: as formas de particípio passado chego e trago não existem, portanto não devem ser empregadas. Elas são apenas a primeira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos chegar e trazer.

     INCORRETO A atleta jamais havia chego à final de um torneio.

     CORRETO A atleta jamais havia chegado à final de um torneio.
     
     INCORRETO Nunca um campeão mundial havia trago tantos 
                             jogadores campeões para defender o título.

     CORRETO Nunca um campeão mundial havia trazido tantos 
                        jogadores campeões para defender o título.

     Eu nunca chego no horário marcado.

     Para a sobremesa, geralmente eu trago uma fruta.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

"À esquerda" e "à direita"

     Acidente faz coração de homem girar 90º à direita.

Quando as expressões à direita e à esquerda indicam lugar (para o lado direito ou para o lado esquerdo) ou determinada posição (do lado direito ou do lado esquerdo) o acento grave indicativo da crase é obrigatório.

     Viraram à direita na rua errada.

     Viraram para o lado direito na rua errada.

     Não era proibido entrar à esquerda.

     Não era proibido entrar para o lado esquerdo.

     Ao avistar o pedágio, mantenha-se à direita.

     Ao avistar o pedágio, mantenha-se do lado direito.

     Atualmente, as faixas preferenciais ficam à esquerda.

     Atualmente, as faixas preferenciais ficam do lado esquerdo.

Na frase Acidente faz coração de homem girar 90º à direita., entende-se que o coração girou para o lado direito, indicando lugar. Sendo assim, o acento grave é obrigatório.

Não havendo indicação de lugar ou de determinada posição, não se emprega o acento:

     Estava com problema nas duas mãos: a direita tinha um grande 
     corte, e a esquerda estava engessada.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Enquanto ou enquanto que?

     A cidade teve 422 casos de dengue entre janeiro e março, enquanto que 
     no ano passado foram contabilizados 307.

A conjunção enquanto une orações que expressam:

• fatos simultâneos:

     O político foi preso enquanto exercia o cargo de governador.

• fatos opostos:

     O maior recuo das cotações foi registrado no Acre, enquanto a maior 
     alta ocorreu no Piauí.

Como, para a maioria dos gramáticos, não se deve empregar a expressão enquanto que para indicar fatos opostos, o melhor é evitá-la em textos formais. Seu uso na linguagem falada não é condenável.

     A cidade teve 422 casos de dengue entre janeiro e março, enquanto 
     no ano passado foram contabilizados 307.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Questão de prova - Idecan - 2013 - Contador - Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão

10 - Assinale a frase em que a palavra sublinhada tem a mesma função sintática da que se encontra destacada em “... não tinha medo nenhum de bicho-papão,...”

A) “Eles atacavam em bando.”

B) “Veio a adolescência, e que desespero:...”

C) “Filha minha não viaja sozinha com o namorado,...”

D) “As crianças acordavam de manhã já pensando neles.”

E) “... a opinião deles não mudou o rumo de nossa história.”

Opção correta: E

Inicialmente é preciso perceber que o substantivo medo se relaciona com o verbo ter, cuja transitividade é direta: ter alguma coisa ou ter alguém. Portanto, conclui-se que o substantivo medo é a coisa que se tem, exercendo, assim, a função de objeto direto.

Correções:

A) “Eles atacavam em bando.”

É preciso perceber que em bando está relacionado com o verbo atacar, que é transitivo direto: atacar alguém ou atacar alguma coisa, porém a frase não apresenta o elemento que foi atacado. Esse tipo de construção emprega o verbo de forma intransitiva e o termo em bando representa o modo, a forma, o jeito como o sujeito (eles) atacava. Portanto, nesta frase, em bando exerce a função de adjunto adverbial de modo.

B) “Veio a adolescência, e que desespero:...”

É preciso perceber que a oração está invertida: a adolescência veio. Portanto, adolescência é o sujeito do verbo vir, que é intransitivo.

C) “Filha minha não viaja sozinha com o namorado,...”

É preciso perceber que o adjetivo sozinha refere-se ao sujeito filha minha, tanto que concorda com ele em gênero e número. Sendo assim, sozinha exerce a função de predicativo do sujeito. Como adjetivo é uma classe gramatical que não se relaciona com verbo, sozinha nunca poderia ser classificado como adjunto adverbial.

D) “As crianças acordavam de manhã já pensando neles.”

É preciso perceber que neles está relacionado com o verbo pensar, que é transitivo indireto: pensar em alguém ou pensar em alguma coisa. O termo neles representa a pessoa em quem se pensa, exercendo, portanto, a função de objeto indireto.

E) “... a opinião deles não mudou o rumo de nossa história.”

É preciso perceber que o rumo se relaciona com o verbo mudar, que é transitivo direto: mudar alguém ou mudar alguma coisa. O termo rumo representa a coisa que mudou, exercendo, portanto, a função de objeto direto.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A Motorola foi a marca de celular mais reclamada pelos consumidores?

     A Motorola foi a marca de celular mais reclamada pelos consumidores
     na Fundação Procon-SP durante o ano passado.


Passar uma oração da voz ativa para a passiva só é possível se houver verbo transitivo direto.

     Voz ativa - Meus vizinhos venderam a casa.

     Voz passiva analítica - A casa foi vendida pelos meus vizinhos.

     Voz passiva sintética - Vendeu-se a casa.

Essas transformações só puderam ocorrer porque a oração tem o verbo vender, que é transitivo direto.

No caso de uma oração com o verbo reclamar, é impossível fazer tais passagens, pois a transitividade é indireta: quem reclama, reclama DE alguém ou DE alguma coisa.

Corrigindo a frase:

     A Motorola foi a marca de celular que mais recebeu reclamações
     dos consumidores na Fundação Procon-SP durante o ano passado.

terça-feira, 18 de março de 2014

Questão de prova - Esaf - 2014 - Engenheiro - Ministério do Turismo

35- Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Editorial do jornal Zero Hora (RS), de 31/12/2013.

Assinale o segmento transcrito de forma gramaticalmente correta.

a) O momento é mais do que apropriado para o avanço tecnológico. Neste 2014, o Brasil promoverá a sua segunda Copa do Mundo e terá eleições presidenciais. As atenções do planeta estaram voltadas para os brasileiros.
b) Receberemos delegações de todos os continentes e teremos a oportunidade de mostrar, na prática, se o nosso país está mesmo preparado para saltar da condição de emergente para à de desenvolvido.
c) Vale o mesmo para o teste de democracia cujo promete ser o pleito de outubro, ocasião em que o país escolherá seus governantes para os próximos quatro anos.
d) Tanto os gastos com o mundial de futebol quanto o comportamento dos políticos foram fortemente questionados nas manifestações de junho, quando multidões saíram às ruas para protestar e pedir reformas.
e) Tais movimentos, vale lembrar, teve origem exatamente nesta nova forma de comunicação proporcionada pelas redes sociais e pelos avanços tecnológicos.

Opção correta: D

Correções:

a) O momento é mais do que apropriado para o avanço tecnológico. Neste 2014, o Brasil promoverá a sua segunda Copa do Mundo e terá eleições presidenciais. As atenções do planeta estaram voltadas para os brasileiros.

Como o texto indica ações futuras, o verbo estar deverá ser empregado no futuro do presente do indicativo (estarão). É bom lembrar que a forma estaram não existe.

O momento é mais do que apropriado para este avanço. Neste 2014, o Brasil promoverá a sua segunda Copa do Mundo e terá eleições presidenciais. As atenções do planeta estarão voltadas para os brasileiros.

b) Receberemos delegações de todos os continentes e teremos a oportunidade de mostrar, na prática, se o nosso país está mesmo preparado para saltar da condição de emergente para à de desenvolvido.

Na opção acima, a palavra condição está subentendida no trecho para saltar da condição de emergente para a condição de desenvolvido. Ao se repetir o termo subentendido, percebe-se claramente que não ocorre crase diante dele, portanto não se pode colocar o acento grave sobre o a no trecho para à de desenvolvido.

Receberemos delegações de todos os continentes e teremos a oportunidade de mostrar, na prática, se o nosso país está mesmo preparado para saltar da condição de emergente para a de desenvolvido.

c) Vale o mesmo para o teste de democracia cujo promete ser o pleito de outubro, ocasião em que o país escolherá seus governantes para os próximos quatro anos.

O pronome cujo só é empregado quando há relação de posse entre o elemento anterior e o posterior a ele, como por exemplo "Sofrem os pais cujos filhos vão à guerra." em que se percebe claramente a relação de posse, pois os filhos são dos pais. Como isso não se aplica à opção acima, o correto é empregar o pronome que.

Vale o mesmo para o teste de democracia que promete ser o pleito de outubro, ocasião em que o país escolherá seus governantes para os próximos quatro anos.

e) Tais movimentos, vale lembrar, teve origem exatamente nesta nova forma de comunicação proporcionada pelas redes sociais e pelos avanços tecnológicos.

Como o sujeito do verbo ter é tais movimentos a concordância exige que a forma verbal também se mantenha no plural (tiveram).

Tais movimentos, vale lembrar, tiveram origem exatamente nesta nova forma de comunicação proporcionada pelas redes sociais e pelos avanços tecnológicos.

sexta-feira, 7 de março de 2014

É correto escrever "Membros da Academia teriam votado no filme sem assisti-lo."?

Todo objeto direto pode ser substituído apenas pelos pronomes oblíquos átonos me, te, o/a, nos, vos, os/as.

     Não encontrei o livro.

     Não o encontrei.

A maioria dos objetos indiretos podem ser substituídos pelos pronomes oblíquos átonos lhe/lhes.

     Devolvi o livro ao João.

     Devolvi-lhe o livro.

Os verbos transitivos indiretos aludir, anuir, aspirar no sentido cheirar, assistir no sentido de ver, referir-se, responder e visar no sentido de ter por objetivo não admitem o uso dos pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos, lhes , mas sim dos tônicos a mim, a ti, a ele, a ela, a nós, a vós, a eles, a elas na substituição de seu objeto.

     INCORRETO  Membros da Academia teriam votado no filme 
                             sem assisti-lo.

     CORRETO Membros da Academia teriam votado no filme 
                        sem assistir a ele.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Às vezes ou as vezes?

Às vezes, com acento grave no as, significa de vez em quando, ou seja, pode-se perfeitamente colocar a expressão de vez em quando no lugar de às vezes.

     “Às vezes, a vida de um ator pode ser muito injusta e cruel.”

     “De vez em quando, a vida de um ator pode ser muito injusta e cruel.”

     Dirigido com intensidade e convicção, o filme 12 Anos de
     Escravidão às vezes parece excessivamente acadêmico.”

     Dirigido com intensidade e convicção, o filme 12 Anos de
     Escravidão de vez em quando parece excessivamente acadêmico.”

Se não houver sentido de de vez em quando, ou seja, quando não se puder colocar a expressão de vez em quando no lugar de às vezes, pois ficará sem sentido, usa-se as vezes sem acento grave no as.

     “O papel laminado brilhante, especial para lousa, pode fazer as vezes 
     de quadro negro também.”

  SEM SENTIDO  “O papel laminado brilhante, especial para lousa, 
     pode fazer de vez em quando de quadro negro também.”

     Todas as vezes que o jogador veio ao Brasil, sentiu uma verdadeira 
     conexão com o público.”

  SEM SENTIDO  Todas de vez em quando que o jogador veio ao Brasil, 
                                  sentiu uma verdadeira conexão com o público.”

     “Não são poucas as vezes em que entramos numa sala de cinema com 
     a ideia preestabelecida de que o filme será uma porcaria.”

  SEM SENTIDO  “Não são poucas de vez em quando em que entramos 
                                  numa sala de cinema com a ideia preestabelecida de 
                                  que o filme será uma porcaria.”

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Às vezes o importante é estar bem "com si" mesmo.

     Às vezes o importante é estar bem com si mesmo.

Os pronomes mim, ti, si, nós, vós, ele, ela, eles, elas somente podem ser usados antecedidos de preposição por, para, perante, a, ante, até, de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre.

Os pronomes mim, ti e si, ao serem antecedidos pela preposição com, convertem-se em comigo, contigo e consigo.

     Às vezes o importante é estar bem consigo mesmo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Embaixo ou em baixo? Debaixo ou de baixo? A baixo ou abaixo?

Embaixo (não existe em baixo): emprega-se apenas quando, na sequência, houver a preposição de.

     Mesmo na praia, embaixo do guarda-sol, há quem não consiga se 
     esquecer do trabalho.

Existe a expressão em baixa, que significa estar em declínio ou em má situação.

     O dólar comercial segue em baixa, depois da decisão do Comitê de 
     Política Monetária.

A baixo: emprega-se apenas na expressão de cima a baixo.

     As rachaduras cortam as paredes do prédio de cima a baixo.

Abaixo: emprega-se nas demais situações.

     O desempenho ficará abaixo do previsto para a economia mundial.

     Em Boston, os termômetros não superaram os 8ºC abaixo de zero.

Debaixo: emprega-se apenas quando, na sequência, houver a
                    preposição de.

     Debaixo de chuva, os atletas treinaram intensamente durante pouco 
     mais de duas horas.

De baixo: emprega-se nas demais situações.

     Dezenas de pessoas usaram apenas a roupa de baixo no metrô de 
     Nova York e Londres, durante evento chamado "Viagem sem calças 
     no metrô".

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ainda sobre as palavras terminadas em -ção

É possível dizer que os verbos ter, torcer e seus derivados têm todos os seus substantivos terminados em -ção. Isso não significa que todas as palavras com essa terminação estejam nessa regra, muito pelo contrário. Existem inúmeras palavras que terminam em -ção e não são derivadas desses verbos, como coração, exceção, moderação, locução, opção, liquidação etc.

Pode-se afirmar que todas as vogais são possíveis antes de -ção, mas certamente depois de a e o emprega-se apenas -ção, nunca -ssão

     doação, demonstração, colação, loção, noção, poção

Após as vogais i e u, emprega-se -ção, com exceção das terminações -missão e -fissão

     aflição, adição, diminuição, adução, condução, dedução

É preciso ter cuidado, pois existem as terminações -cussão e -cução

     concussão, locução

Após as consoante p e c emprega-se sempre -ção

     opção, decepção, infecção, confecção

Como existem diversos detalhes a respeito das palavras terminadas em -são, -ssão e -ção, dificilmente haverá um levantamento capaz de incluir todas as possibilidades do idioma.