segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Oração com o verbo "haver"

O verbo haver é tido como impessoal, formando uma oração sem sujeito, sempre que for empregado com o sentido de existir, acontecer ou indicar tempo transcorrido. É sempre mantido na terceira pessoa do singular e classificado como verbo transitivo direto, sendo acompanhado, obviamente, de objeto direto.

Na frase "Há uma obra falsa no museu de arte moderna.", tem-se a seguinte classificação:

Sujeito: oração sem sujeito, pois o verbo haver foi empregado com o sentido de existir

VTD: haver

OD: uma obra falsa

Adjunto adverbial de lugar: no museu de arte moderna

Mesmo que a frase seja invertida, "No museu de arte moderna há uma obra falsa.", a classificação dos termos continua a mesma.

No tocante à passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, é necessário haver sujeito agente e verbo transitivo direto ou direto e indireto.

O sujeito da voz ativa será transformado em agente da voz passiva; o objeto direto da voz ativa será transformado em sujeito da voz passiva. É por esse motivo que a oração precisa ter sujeito.

Na passagem da voz ativa para a passiva, sempre será acrescido um verbo auxiliar (ser ou estar).

O auxiliar da voz passiva assumirá o tempo e o modo do verbo da voz ativa, e o verbo principal ficará sempre no particípio.

Voz ativa:

     O governo federal doou um caminhão à associação de moradores.

Sujeito agente (pratica a ação): o governo federal

VTDI: doar

OD: um caminhão

OI: à associação de moradores

Voz passiva:

     Um caminhão foi doado à associação de moradores pelo governo
     federal.


Sujeito paciente (recebe a ação): um caminhão

Locução verbal da voz passiva: foi doado

OI: à associação de moradores

Agente da passiva: pelo governo federal

Passar uma oração da voz ativa para a passiva significa contar a mesma história de outra maneira, ou seja, independentemente da disposição das palavras na frase, é preciso manter a mesma informação.  Se a transposição mudar o sentido, não deverá ser feita.

Nas duas vozes, sempre haverá um elemento agente e um paciente. O elemento que pratica a ação (o governo federal) não deixa de praticá-la, seja na voz ativa, seja na passiva. O elemento que recebe a ação (um caminhão) não deixa de recebê-la, seja na voz ativa, seja na passiva.

Sendo assim, pode-se concluir que:

• todo sujeito da voz ativa torna-se agente da voz passiva;
• todo objeto direto da voz ativa torna-se sujeito paciente da voz passiva;
• é gramaticalmente impossível transpor da voz ativa para a passiva uma
   oração construída com o verbo haver com o sentido de existir, acontecer    ou indicar tempo transcorrido, pois a oração não tem sujeito.

Por isso, a frase "Há uma obra falsa no museu de arte moderna." não pode ser passada para a voz passiva.

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