quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Questão de prova - Vunesp - 2011 - Escrevente Técnico Judiciário - Tribunal de Justiça Militar - São Paulo

O sêmen em busca de uma ética

     O moço israelense está morto. Todavia, ele ainda pode gerar uma vida. Seus pais estão de posse de seu sêmen e querem a autorização da justiça de Israel para terem um neto. A Ciência permite, mas a lei não endossa. A notícia esta na Folha de S. Paulo de 10.02.11.
(...)

Considere as informações textuais e as versões da frase: A Ciência permite, mas a lei não endossa.

I. A Ciência permite a inseminação, mas a lei não a endossa.

II. A Ciência permite que seja feita a inseminação, mas a lei não endossa-a.

III. A Ciência permite que se realize a inseminação, mas a lei não lhe endossa.

De acordo com a norma padrão, está correto apenas o contido em

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

Opção correta: A

De acordo com o enunciado, para serem construídas novas versões da frase dada, devem-se considerar as informações textuais e a norma padrão. O texto deixa claro que os pais querem fazer uma inseminação artificial, e essa informação foi inserida na primeira versão, que não apresenta erro gramatical.

Correção:

Na segunda versão, a primeira oração não apresenta problemas, porém, na segunda, o pronome oblíquo a que acompanha endossa deve permanecer antes da forma verbal, pois o advérbio não é um fator de próclise.

     A Ciência permite que seja feita a inseminação, mas a lei
     não a endossa.


Na terceira versão, como o verbo endossar é transitivo direto, seu objeto - a inseminação - deve ser substituído pelo pronome a, e não pelo lhe como sugere o examinador. Vale lembrar que os pronomes oblíquos o, os, a, as substituem apenas os objetos diretos e lhe, lhes, apenas os indiretos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Questão de prova - Vunesp - 2010 - Escrevente Técnico Judiciário - Tribunal de Justiça - São Paulo


11. Assinale a alternativa em que as duas frases apresentam sujeito composto, como em ... racionalidade e irracionalidade não são duas instâncias lado a lado,…

(A) Vargas e seus ministros não eram fãs de futebol./ Mas o governo Vargas reinventou o Brasil, dando-lhe identidade cultural.

(B) Mario Filho e Nelson Rodrigues foram os grandes cronistas do futebol./ Não se sentem à vontade para falar de futebol os comentaristas e os cronistas mais velhos.

(C) Dois historiadores estrangeiros não querem usar o futebol para pregar nacionalismo./ O mundo exalta os ídolos por unir beleza e eficácia.

(D) A fase de autoafirmação por meio do futebol já passou./ Geram ainda muita polêmica o futebol-arte e o futebol-força.

(E) Eram dois grandes escritores, mas não se davam bem./ Intelectuais estrangeiros dedicam-se a estudar o fenômeno do futebol no Brasil.

Opção correta: B

Mario Filho e Nelson Rodrigues foram os grandes cronistas do futebol. 
Não se sentem à vontade para falar de futebol os comentaristas e os cronistas mais velhos.

No primeiro período, o sujeito composto é formado pelos núcleos Mario Filho e Nelson Rodrigues. No segundo, como o período está invertido - o sujeito está depois da forma verbal - fica mais difícil identificar os núcleos os comentaristas e os cronistas mais velhos, que formam o sujeito composto.

Nas outras questões, os sujeitos estão grifados:

(A) Vargas e seus ministros (sujeito composto) não eram fãs de futebol./ Mas o governo Vargas (sujeito simples) reinventou o Brasil, dando-lhe identidade cultural.

(C) Dois historiadores estrangeiros (sujeito simples) não querem usar o futebol para pregar nacionalismo./ O mundo (sujeito simples) exalta os ídolos por unir beleza e eficácia.

(D) A fase de autoafirmação por meio do futebol (sujeito simples) já passou./ Geram ainda muita polêmica o futebol-arte e o futebol-força (sujeito composto).

(E) Eram dois grandes escritores (sujeito simples), mas não se davam bem./ Intelectuais estrangeiros (sujeito simples) dedicam-se a estudar o fenômeno do futebol no Brasil.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

“Vou lhe usar” ou “Vou usá-lo(a)”?


Os pronomes oblíquos átonos de 3ª pessoa o(s), a(s) e lhe(s) podem exercer a função sintática de objeto, porém não devem ser empregados indiscriminadamente.

Se for preciso substituir um objeto direto por pronome oblíquo átono de 3ª pessoa, empregam--se o(s) ou a(s).

     Vou usar o carro.

     Vou usá-lo.

Como o verbo usar é transitivo direto – usar alguém ou alguma coisa – apenas os pronomes oblíquos átonos o(s), a(s) podem acompanhá-lo.

Se for preciso substituir um objeto indireto por pronome oblíquo átono de 3ª pessoa, emprega--se lhe(s).

     Telefonou ao amigo no horário combinado.

     Telefonou-lhe no horário combinado.

‎Como o verbo telefonar é transitivo indireto – telefonar a/para alguém – apenas o pronome oblíquo átono lhe(s) pode acompanhá-lo.

Resumindo:
  • na substituição de objeto direto empregam-se o(s) ou a(s);
  • na substituição de objeto indireto emprega-se lhe(s).